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terça-feira, 27 de março de 2012

BASE JUMPING NAS ESPETACULARES E MORTÍFERAS MONTANHAS DA NORUEGA

Sabe aquele friozinho na barriga que dá quando você vê uma cena de esporte radical e pensa “Uhh! Essa passou perto!”. Dá uma olhadinha nesse vídeo abaixo e conheça o radical base jumping, praticado nas montanhas da belíssima Noruega.

No base jumping, o que vale é passar bem perto do perigo

Considerado por muitos como um dos esportes radicais mais perigosos de se praticar, e com uma taxa de mortalidade altíssima, o base jumping atrai um grande número de adeptos e praticantes a cada ano que passa.
Base jumping

O base jumping, que também é conhecido como B.A.S.E. jumping (da sigla em inglês “Building, Antenna, Spam & Earth" – Prédio, Antena, Ponte e Terra), é um esporte que surgiu entre os anos 60 e 70, esporadicamente por praticantes que saltavam de aviões (skydiving). Mas só saltar de aviões não trazia emoções suficientes para esses loucos por adrenalina. Foi quando surgiu um cara mais louco que todos os outros e percebeu que poderiam se arriscar um pouco mais. E em 1978, Carl Boenish resolveu saltar da montanha conhecida como El Captain, no Parque Nacional Yosemite (localizado nas montanhas de Serra Nevada, no EUA). Mas foi arriscando um salto do monte norueguês conhecido como Troll Wall que Carl Boenish morreu em 1984, ao se chocar com uma formação rochosa, logo após estabelecer o recorde mundial de salto em altura para base jumping. Boenish é considerado por muitos o fundador do base jumping.
Carl Boenish, na sua busca por maiores doses de adrenalina, inventou um dos esportes radicais mais perigosos do mundo

No base jumping, os saltos devem ser feitos de alturas consideradas baixas, onde aquele que salta tem alguns poucos segundos de queda livre, passando muito perto dos penhascos, até abrir o paraquedas e pousar em total segurança.
Praticantes do base jumping saltando com o Wingsuit, um equipamento produzido especialmente para esse esporte.

E um dos lugares prediletos para a prática do base jumping é o monte conhecido por Troll Wall. Situada em Trollveggen, na Noruega, o Troll Wall é perfeito para os saltos, pois é o monte vertical mais alto da Europa, com saltos a 1.100 metros de altura. Esse lugar também é popular entre os praticantes de escaladas radicais.
O famoso monte Troll Wall
Esse esporte foi declarado proibido pelas autoridades norueguesas no ano de 1986, após inúmeros acidentes, sendo muitos deles fatais. Outros dois pontos de salto do base jumping na Noruega são o Pulpit Rock (situado na região de Preikestolen), e o Troll’s Tongue ( localizado em Trolltunga).

Imagens do belíssimo Pulpit Rock

O Pulpit Rock é uma montanha de granito que fica a 640 metros de altura e possui uma superfície plana perfeita para a prática do base jumping. Além de ser frequentado pelos praticantes desse esporte, o Pulpit Rock também é muito visitado por simples turistas devido a beleza do lugar, como vocês podem ver nas fotos acima. Em 2009, aproximadamente 130.000 pessoas visitaram o topo da montanha.
Base jumping do Pulpit Rock 

Tão bonito quanto, é o Troll’s Tongue. Também conhecida por Trolltunga, essa famosa rocha que escapa horizontalmente das montanhas de Odda, na Noruega, forma uma espetacular paisagem que mistura beleza e perigo a 950 metros de altura. Os mais abusados, saltam dali para o vazio em busca do salto de base jumping perfeito.
Troll's Tongue  (Trolltunga)

Assista ao vídeo abaixo e sinta um pouquinho o que é estar bem próximo do perigo real desses saltos, nas montanhas da Noruega. Onde a adrenalina e a beleza da natureza se confundem. Nesse lugar, é possível atingir o inatingível: criar asas. Nem que seja por apenas alguns segundos. Nem que seja para alguns loucos corajosos. Onde arriscar a vida é sinônimo de viver!
Será que você encara saltar nessa velocidade?


Fontes:

Boa semana a todos!
Abraços

quinta-feira, 15 de março de 2012

A GUERRA QUE PAROU PARA VER PELÉ JOGAR

Era uma vez, um jovem rapaz negro, que sozinho parou uma guerra. Em um continente onde seus antepassados não conheciam o significado da palavra paz, ele chegou, e com a ponta de sua chuteira, mandou a guerra embora. Parece mentira, não é? Pois isso realmente aconteceu. Conheça agora essa fantástica história.
Era o ano de 1969, e o Santos realizaria uma excursão pela África com a intenção de promover o fantástico time que possuía. Em todos os cantos do mundo, numa época que ainda não existia a globalização, o nome de Pelé já era conhecido, e todos  queriam conhecer o rei do futebol.
Pelé

A delegação do time do Santos saiu do Brasil ruma à antiga nação do Congo Belga, hoje conhecida por República Democrática do Congo, com o pensamento de divulgar a marca Santos e com a certeza de que mais uma vez Pelé encantaria o mundo com gols e jogadas espetaculares. Porém, não esperavam que chegando lá encontrariam uma cidade tomada por tanques e rebeldes. A nação estava imersa numa guerra civil.
Mapa da região que estava em conflito. Em destaque, as capitais e palco dos jogos: Kinshasa e Brazzaville.


Em 1969 a nação que hoje se chama República Democrática do Congo  era conhecida apenas por Congo, ou Congo Belga e estava sofrendo com uma guerra civil onde os militares, comandados pelo major Marien Ngouabi, tentavam se manter no poder após um golpe de Estado ocorrido em 1968.
Marien Ngouabi

Os rebeldes tentavam depor Marien com outro golpe de Estado. E Marien respondia violentamente, executando todos aqueles que eram contra seu regime. Claramente, o país estava mergulhado numa guerra civil sem fim.
Diante desse clima hostil e violento, a delegação do Santos desembarcou no país africano. Porém, para chegar até o local do jogo, precisaria atravessar as ruas de Kinshasa, que mais se parecia com uma campo de guerra.
Exército atravessando as ruas de Kinshasa

O time do Santos, que na época era considerado o melhor time do mundo, e tinha o melhor jogador do planeta (assim como o Barcelona hoje), estava em Kinshasa, e teria que atravessar o Rio do Congo para poder jogar em Brazzaville, palco do jogo amigável. Todos naquele país, ao ouvirem essa notícia, não perderiam por nada aquele jogo. Mas seria impossível existir jogo naquelas condições. Foi quando uma grande comoção popular para que a guerra civil parasse, e para que Pelé entrasse em campo, chegou aos ouvidos de toda a nação.
Os rebeldes declararam que cessariam fogo por alguns dias, com uma condição: de que, ao invés de uma única partida entre a equipe de Pelé e a seleção local, em Brazaville, fossem realizadas mais duas partidas adicionais em Kinshasa. A princípio os jogadores santistas não concordaram devido à agenda lotada de compromissos e viagens; mas não tiveram escolha e aceitaram realizar as três partidas. Nesse momento, na região de fronteira entre Brazzaville e Kinshasa, os exércitos das duas partes envolvidas na guerra escoltaram a delegação santista até o hotel e depois, até o estádio onde seria feito o jogo, demonstrando o clima de paz que agora cercava aquele país.
Time do Santos que enfrentou a Seleção do Congo naquele que seria um dos maiores desafios de suas vidas

A partir daquele momento, não se ouvia mais tiros, nem explosões de bombas. Só se ouvia os gritos e o ensurdecedor barulho da fanática torcida africana, que, enlouquecida pelos dribles de Pelé e companhia, cantavam e dançavam sem parar.
O resumo dos jogos foi o seguinte: em Brazzaville, contra a seleção do Congo no dia 19 de janeiro de 1969, o Santos venceu por 3 a 2. Diz a lenda, que nesse jogo, os jogadores da seleção do Congo abusaram da violência contra os santistas, e o árbitro da partida fingia que nada acontecia. Pelé, cansado dos pontapés, sentou em campo, sendo imediatamente imitado pelos seus companheiros. Sem saber o que fazer, o árbitro parou o jogo. E logo foi surpreendido com um bilhete trazido da arquibancada que dizia: “O Santos de Pelé está aqui para dar um espetáculo. Eu estou aqui para assistir o espetáculo. Se você não aplicar as regras do jogo, vai sair preso do estádio”. Quem escreveu e enviou o bilhete ao árbitro foi ninguém menos que Marien Ngouabi, o presidente do Congo.
As duas esquadras, Santos e Seleção do Congo. O estádio lotado ao fundo demonstrou o clima de paz que reinava na região. Os jogadores abraçados simbolizando a paz entre os homens.

Dois dias depois, em Kinshasa, contra a seleção “B” do Congo, no dia 21 de janeiro de 1969, venceu novamente, por 2 a 0. E finalmente, ainda em Kinshasa, no dia 23 de janeiro de 1969 encerraria sua excursão dessa vez com uma derrota por 3 a 2 para uma equipe local, que se chamava Leopards. Exaustos pelo calor e sufocados pelo porte físico dos africanos, o último jogo encerrou a festa com uma vitória dos africanos, mas acima de tudo, com uma vitória da PAZ. Foi uma semana de paz, em um lugar onde muitos não sabiam o significado dessa palavra. Infelizmente, após a partida da delegação santista de volta pra casa, a guerra recomeçou.
Era o momento de selar a paz: Pelé e autoridades do Congo

E demonstrou que o esporte é humanidade. Que o esporte ultrapassa fronteiras. Que o esporte, representado pelo Rei do futebol, é acima de tudo paz, e não violência. Como Pelé mesmo disse, foi um dos seus maiores gols de placa.
Segue agora um vídeo com depoimentos de quem estava lá: Lima, Edu, Manoel Maria e Abel. Os verdadeiros heróis daquela partida. Vale a pena assistir:


Um abraço a todos! 
Até a próxima!
Fontes:

terça-feira, 6 de março de 2012

Oakley

OAKLEY: UMA HISTÓRIA MOLDADA PELO MUNDO DOS ESPORTES
Você já ouviu falar de Greg LeMond? Ele foi um dos  maiores ciclistas profissionais da história, vencedor do Tour da France, e responsável direto pela popularização da marca Oakley ao redor do mundo.
Greg LeMond

Quando LeMond disputou e ganhou o Tour da France, em meados de 1984, ele  usava um óculos de sol até então pouco conhecido no mundo. Esses óculos eram leves, de plástico e com lentes de fácil remoção, e que ficou conhecido no mundo todo algum tempo depois pelo nome de EYESHADE. 
LeMond e o sucesso do modelo EYESHADE foi apenas o tiro certo que a Oakley havia dado na divulgação da marca. Mas sua história havia começado bem antes, e não se resume apenas a isso. Conheçam agora a fantástica história de uma das maiores marcas do mundo que foi totalmente decorada pelo seus esportistas e mudou radicalmente o mundo dos esportes.
Símbolo da marca Oakley

Tudo começou quando Jim Jannard resolveu largar a faculdade de Farmácia que cursava na Califórnia e decidiu começar a vender equipamentos de motocicletas na carroceria da sua caminhonete em eventos de MotoCross. Jim sabia o que queria desde o começo: investir numa marca capaz de mundar a visão dos esportitas. E, literalmente, ele conseguiu!
 Jim Jannard - fundador da Oakley

Em 1975, na garagem da sua casa e com um investimento inicial de U$ 300,00, Jim, que deu o nome à marca o mesmo nome de sua cadela Oakley, criou uma manopla para motocicletas (esporte que era apaixonado) com um material inovador, que ele colocou o nome de unobtanium (uma espécie de borracha hidrofílica, que proporcionava adesão perfeita quando em contato com a água, permitindo assim executar manobras com muito mais segurança). Infelizmente, as manoplas não fizeram tanto sucesso quanto era esperado, e Jim resolver desenvolver um óculos que pudessem ser utilizados nas “pistas” e trouxessem, além de qualidade ótica, resistência a impactos e proteção contra os raios nocivos do sol. Isto ocorreu em 1980 com o lançamento do O FRAME MX, conhecido como Goggles.
O FRAME MX, popularmente conhecido como Goggles

Com seu designer curvilíneo e lentes especiais rapidamente encontrou adeptos entre atletas profissionais como Mark Barnett, Marty Smith, Johnny O‘Mara e Jeff Ward, que passaram a utilizá-los devido a sua claridade e ampla visão periférica. Apesar disso, mais uma vez, os óculos que continham o logotipo da marca na alça para que fosse reconhecida mais facilmente, não obteve sucesso, e acabou retirado do mercado tempos depois.
Johnny O'Mara

E em 1983, ele partiu pro ramo de esportes radicais na neve. Foi lançado o O FRAME SNOW, óculos especiais para a prática de esquis na neve. Em pouco tempo a marca estava sendo difundida ao redor do mundo nos circuitos mundiais.
   Atleta usando o O FRAME SNOW

Depois desse período, parecia que a Oakley havia conquistado seu lugar ao sol no mundo dos esportes, e na cabeça de todo mundo. A partir de então, a OAKLEY começou a introduzir novos modelos de óculos de sol, entre eles X-METAL, com a primeira armação toda de metal esculpida em 3-D do mundo, esse modelo foi amplamente utilizado pelos esportistas Michael Jordan, Ichiro Suzuki e Juan Pablo Montoya, entre outros. Michael Jordan, que durante muitos anos foi um grande parceiro da Oakley, participando, inclusive, do conselho de administração da empresa e atuando como colaborador no desenho e criação de um dos modelos de óculos, além de ser garoto-propaganda da marca.
 Michael Jordan com o modelo X-METAL, que inovou em tecnologia e design

Naturalmente, os produtos da marca Oakley começaram a se destacar nos mais diferentes esportes, criando, inovando e mostrando ao mundo sua variedade de opções e o grande investimento em tecnologia. A Oakley rapidamente estaria presente, patrocinando e apoiando os atletas nos quatro cantos do planeta, na terra, na água e no ar:
 Bob Burnquist

 Bruce Irons
 Daniel Bodin

Atualmente, a Oakley patrocina atletas de quase todas os esportes existentes, sendo a grande maioria deles atletas de ponta e de destaque nas modalidades: surf, skateboard, mountain bike, esqui, snowboard, vôlei de praia, atletismo, hóquei, wakeboard, golf, tênis, ciclismo, entre tantos outros. Destes, o ciclismo foi o grande propulsor da marca, desde o início com LeMond até mais recentementeo com o super-campeão Lance Armstrong, ao qual a Oakley produziu uma série especial de óculos, o LIVESTRONG.
 Lance Armstrong e o LIVESTRONG

Pra completar, a sede da empresa, localizada em Foothill Ranch, na Califórnia, é um paraíso para os atletas. Ao som de Bob Marley e de Red Hot Chilli Pepers, os funcionários da Oakley dividem seu dia-a-dia com atletas profissionais de ponta que usam as dependências e os prédios da empresa para os diversos testes dos produtos. Com cenário futurístico, a sede da empresa, assim como todos seus produtos, são um show a parte:

Sede da empresa, o Headquarters, como é chamado, é um paraíso. Com uma arquitetura futurista, é repleta da mais alta tecnologia.

Hoje, com toda essa história recheada de tecnologia, atletas de elite, vencedores, esportes radicais e produtos de ótima qualidade fica muito difícil de responder uma pergunta: o que seria da Oakley, sem a influência do esporte? Ou, o que seria do esporte, sem a influência da Oakley? A única certeza é que todos nós saímos ganhando!